sexta-feira, janeiro 16, 2009

O sonhar...




Desfeito o pesar da carne, para isso serve o sonho. Ele encara um estilo de agir e sentir diferenciado, tomando rumos diversos, decisões precipitadas sem o mínimo pesar. Normalmente falhos a memória, os sonhos nunca voltam por inteiro ao acordar. Mas, como ele sempre diz, “após acordar sempre ocorre o se porem de querer viver no sonho”. Repetiu isso nos últimos 9 anos de sua vida, quando começou a pensar diferente sobre o que queria ou podia ser, quando viu que não dependia apenas de si para tingir os seus sonhos. Uma descoberta pesada quando se tem apenas 9 anos de vida. Salta o vazio, sensação impossível de se ter indiferença...


O dia nasce às cores ascende a sua vista, o mesmo lugar. Pôsteres e fotos nas paredes, seus pertences ao redor da cama. Os cds, vários cds, computador, som (ainda ligado), o relógio marca outro palíndromo como sempre ocorre, dessa vez são: 08:08. Despertar nem sempre é fácil para ele, alguns dias o peso parece maior, o fardo a carregar não quer deixar ele se erguer...



Abre os olhos, esfrega o rosto. Agora com o olhar mais atento descobre em meio aos objetos alheios em seu quarto um caderno incomum, vistoso, diferente de tudo presente naquele cômodo. Aventura-se então erguer o tronco e caminhar em direção ao objetivo, sim ele sempre age com um objetivo. Agora com o caderno em suas mãos, procura alguma identificação em meio aquela capa verde e vistosa, nada. Nenhum nome, apenas um símbolo central, vagamente conhecido. Volta a pensar no sonho enquanto caminha para a cama e senta, abre o livro e páginas em branco aparecem prontas para serem preenchidas, assim como o dia que se inicia. Dentro do livro uma pena negra, como um marcador de textos, nesta página escritas entre garranchos femininos, em azul:

“Só pra dizer que as condições ainda estão aqui, vamos fazer uma família como sempre quis, na verdade nós temos mais que muitos e estes conseguem ser feliz. Vamos fazer um futuro dessa situação, vamos criar as nossas vidas como em um refrão, na verdade a vida são apenas sonhos, que estão em construção...”


Nossa atitude é biodegradável...

2 comentários:

Adriana Gehlen disse...

e eu choro ao pensar que poderia continuar vivendo num sonho noturno na minha cama.

isabela. disse...

bom seria viver sonhando, mas isso não seria viver.

viver deve ser isso que é.

com lampejos bons no meio de um mundo de lama.

*obrigada pela visitinha e pelo comentário (: