quinta-feira, janeiro 15, 2009

O acordar...



Sensato seria um belo ato para ela, aos seus 15 anos não lembra mais dos 12, nem da mennarca que deu inicio a um sangrar sem fim, cada vez mais constante entre suas pernas. Um fato relevante é a vontade de lembrar das coisas, o esforço em atingir um objetivo, porém não passa da necessidade de deixar o que já foi para trás, de lado. Como diz aquela música, aquela daqueles com barbas por fazer, moderninhos, todo esforço não passa da vontade de esquecer...

Resolve que chegou a hora de deixar a cama e esquecer-se da noite que já passou, “se a vida continua o melhor é olhar pra frente”, diz ela. O que seria do dia de hoje?! Ela também não é muito boa em planejar o futuro, repete todos os dias “O dia começa igual e sempre é diferente”, mesmo que ela não se esforce para tal, eis o segredo, eis o segredo. A falta de esforço, ela realmente não faz idéia do que é esforço, não se concentra em nada, não tem foco, nem objetivos. Nunca, eu repito, ela NUNCA começa uma coisa pensando em terminar, é o tal lance de não planejar o futuro, só tentar fazer as coisas diferentes, tem outra música que fala sobre isso, pensa ela, qual era mesmo?! Seria uma música ou um programa?!...




Então esta em frente ao espelho, o mesmo espelho de sempre com uma nova imagem, claro que ela sempre tenta estar diferente todos os dias, mesmo não fazendo nada para tal fato realmente ocorrer. Os olhos a perseguem pela imagem, finos pulsos e suas cicatrizes, mas isso nem é novidade. Ela então relembra os momentos marcantes em sua carne, a noite em que pensou ser comparada a uma estrela, atrás dos amps com o herói da sua vida, jovem vida, porem marcada pelo herói que levou sua pureza, seu espírito, deixando apenas o sangrar constante como o dos pulsos. Repete para si, “maldito lexotan que não me deixou fazer o serviço por completo” e agora derrama o vermelho aos poucos pelo meu corpo. A única marca realmente presente em todos os dias é o símbolo feito na pele a ser carregado para todo o sempre...



Então vê o uniforme sobre a cama, maldito uniforme, ela não consegue se misturar, realmente não consegue se identificar com as outras meninas, nem quando veste a mesma roupa, porém nunca é a mesma roupa, sempre revela uma diferença. Agora trajada, pega uma agulha e espeta a ponta do dedo anelar. O vermelho escorre, manchando o branco da pele e da sua vestimenta, “Agora sim, diferente”, ela sorri, mas sente falta de alguma coisa...




Nossa atitude é biodegradável...

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